terça-feira, 9 de novembro de 2010

Opiniões construtivas

É minha intenção ter uma postura construtiva neste blog. Afinal, o bota-abaixismo é a especialidade do treinador de bancada e do comentador político de café: "Eles" é que têm sempre a culpa e a mão na massa.  "Nós" somos os bons, inocentes e vítimas. O frenesim maniqueísta resvalante para o populismo demagógico não tem fim. A redução à ideologia básica, quase sempre mal compreendida, ou ao provérbio rimado que não permite réplica inteligente (os bitaites nunca permitem respostas inteligentes) simplifica tanto a existência e a razão, quem lhe pode resistir? Mas, digo eu, esse é o caminho dos farelos de que nos queremos safar, temos que ser melhores que isso, inteligentes, inovadores, abertos às ideias dos outros, construtivos.

Mas os acontecimentos da semana passada não inspiram à contribuição inteligente.

Começou com o orçamento, horrendo. E, mais horrendo ainda, não parece haver grande alternativa imediata. E as erratas de centenas de milhões? Ai!

Depois, a discussão do orçamento. Fiquei boquiaberto: Mas aqueles senhores não tinham feito um acordo? Não parece nada... E é com insultos mútuos, ataques pessoais e incivilidade que se propõem fazer alguma coisa pelo País? Ideias não se viram...

E os juros sempre a subir. Pois, se eu tivesse dinheiro também não quereria emprestar...

E no futuro próximo não parece haver perspectivas de melhoria já que a dissolução da Assembleia da República, para renovação política, não é possível. Mas como renovar se os partidos são os mesmos que nos levaram a esta situação ou que têm propostas tão distantes e utópicas (e erradas) que se excluem do poder? E o próximo orçamento, será diferente? Alguém tem um plano de médio prazo?

No fim-de-semana as soluções para salvar Portugal fervilhavam, auto-propostas ou solicitadas por jornalistas. Alguma boas! Porque não foram consideradas? O governo não soube ouvir quem sabe? Diálogos de surdos, capelas, influência de próceres?

Tanto para fazer, tanto para dizer. Tanto para explicar. Tanto para mudar. Mas hoje não, não me apetece, vou procrastinar.

Tenham paciência! O verbo não me sairia construtivo. Tantas notícias más precisam de recuperação, uns dias a soro e repouso absoluto (a trabalhar, que felizmente não estou desempregado...)

E se Portugal pode esperar 6 meses para sair do impasse político, que certamente continuará, também pode esperar mais uns dias por umas opiniões construtivas. Temos todo o tempo do mundo.

Vamos muito a tempo de comer farelos!

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