quinta-feira, 28 de abril de 2011

Portugal e os desafios da Europa

Este artigo ilustra bem como os nossos próprios erros se aliaram a um caminho profundamente errado e falta de visão que pode culminar no fim da Europa como a conhecemos e os Portugueses sonharam. E é uma pena porque a alternativa não será melhor.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ai eles são isso?

In Público:

O comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, Olli Rehn, frisou hoje que a assistência financeira externa a Portugal só é possível com o apoio da Finlândia. Nenhuma outra opção está a ser estudada, assegurou.
Já vem sendo costume declarações deste género, a dificultar a vida de Portugal com declarações que não ajudam nada, exigências de taxas de juro altas, como se Portugal fosse uma criança mal comportada. Esta "trickle down Europa", com as suas regras pouco democráticas e ideologicamente não neutras, impostas de cima e não emanadas da população, não é a Europa com que os Portugueses sonharam, do bem estar e da solidariedade. E não está isenta de culpa em tudo o que se tem passado. Sim, seremos nós os maiores responsáveis, mas a responsabilidade da Europa não é desprezável.

Até quando vamos ficar caladinhos e engolir estes disparates? Não sabemos negociar? Sigam o exemplo de Alberto João Jardim, que sempre conseguiu tudo o que queria, merecendo menos que Portugal agora. Não aprenderam nada com ele? Acham que conseguem mais calados e tratando de tudo em gabinetes?

Não se pode pedir ajuda só ao FMI? Seria uma bela bofetada de luva branca a esta Europa sem futuro. O FMI parece ter uma posição bem mais razoável que os responsáveis europeus com a sua falsa moralidade.

Pensem bem, friamente isto é uma negociação entre partes. O que tem a Europa a ganhar? e a perder? do que têm eles medo? Usem os nosso melhores negociadores. A gente que negociou a passagem de Macau para a China parece ter conseguido qualquer coisa com negociadores dos mais difíceis do mundo (perguntem ao Chris Patten como correu com Hong Kong, houve um documentário da BBC sobre isso bastante elucidativo).

Chamem essa gente, tenham ideias claras do que precisamos e negoceiem, negoceiem duramente. É justo e é Portugal que está em jogo. Proponho desde já declarar que se as regras são essas então Portugal opor-se-á sistematicamente em determinadas circunstâncias. Para se lembrarem que uma mosca pode ser bastante incómoda se a tratarem mal... Se as acções deles não tiverem consequências, não mudarão o seu comportamento.

E depois disto, acabou-se. Por este caminho a Europa como os Portugueses a sonharam não sobreviverá, se é que alguma vez existiu. Conseguiram fazer tudo ao contrário: regras complicadas e não representativas (2 câmaras, uma representando os países igualmente outra proporcional à população é que era), ausência de referendos, leis emanadas de cima, ausência de solidariedade entre estados europeus, tudo ao contrário. Este seria um derradeiro teste. Estão a chumbar e será uma questão de tempo.

A tarefa exigia melhores líderes, verdadeiros estadistas, não esta gentinha burocrática e egoísta. Quem se vai rir são os Americanos, que sempre tiveram dúvidas sobre a viabilidade da UE, e que observam a razão a ser-lhes concedida inesperadamente. E quem se lixa é o mexilhão, como de costume.